sexta-feira, 17 de abril de 2009

Interaccionismo Simbólico e Palo Alto

O Interaccionismo Simbólico teve origem no behaviorismo, pela necessidade de entender os comportamentos relacionais entre os indivíduos e os seus reflexos na sociedade. E o que mais parece dificultar a compreensão do comportamento humano é a tendência que existe para a abordar de uma forma essencialmente racional.
Esta Escola, que se inicia na América com George Mead (1934), professor na Universidade de Chicago, entende a comunicação/interacção como uma convergência entre o indivíduo, a mente e a sociedade, partindo ainda do pressuposto de que, para se entender as organizações, é necessário, antes de tudo, perceber a forma como os indivíduos que as compõem interagem – do individual parte-se para o organizacional, tornando mais fácil compreender as relações das organizações entre si. Em Mind, Self and Society (1934) Mead considera que a sociedade constrói-se a partir das interacções entre os actores sociais, processo este constituído de forma simbólica através da comunicação. Aqueles relacionam-se através de símbolos que, além de estruturarem a interacção, são portadores de valores. Os homens não agem em função das coisas mas do significado que as coisas tomam no processo da comunicação (Mead, 1935). O simbólico é a base do sentido que cada um dá às suas acções, isto é, o sentido individual é fundado nas interacções, aquilo que o “eu”faz é regulado por aquilo que o “nós” constrói socialmente. Os indivíduos condicionam-se mutuamente.
Os interaccionistas fundamentam as suas ideias em vários conceitos básicos tais como:
♦ o ser humano é um ser em acção;
♦ a natureza dessa acção é um resultado de um processo de interpretação;
♦ ao existir interacção existe, forçosamente, uma influência recíproca, isto é, a acção de cada indivíduo influencia o outro.
Herbert Blumer (1980), um dos herdeiros mais representativos das teorias de Mead elabora três premissas a partir dos pressupostos do Interaccionismo Simbólico:
♦ o comportamento humano fundamenta-se nos significados dos elementos do mundo;
♦ a fonte dos significados é a interacção social;
♦ a utilização dos significados ocorre através de um processo de interpretação.
Ao procurarmos uma explicação plausível para o conflito, já abordado nesta disciplina, encontramo-la nas interacções sociais que se traduzem, muitas vezes, por uma divergência de perspectivas, percebida como geradora de tensão por, pelo menos, uma das partes envolvidas no processo conflitual. A clareza da comunicação e o mesmo tipo de simbologia e de linguagem podem ajudar a diminuir uma situação de conflito.
Sendo a comunicação uma peça fundamental para a compreensão do comportamento humano e das relações, não é possível dissociá-la da Escola de Palo Alto (Bateson, 1981; Watzlawick et al, 1972) que em muito contribuiu ao desenvolver a pragmática da comunicação. Escola de Palo Alto ou Colégio Invisível foi o nome atribuído a um grupo de investigadores americanos oriundos das mais variadas áreas de saber, para quem o receptor teria um papel tão importante como o emissor em todo o processo da comunicação. Bateson e Watzlawick referem que a melhor forma de compreender um sistema (escola, família, etc) é através da análise dos seus padrões de comunicação analógica (não verbal) e digital (essencialmente verbal) entre os seus membros. Ainda segundo estes autores, que verbalizam o que a Escola de Palo Alto defende, ou seja que toda e qualquer relação comunicacional é simétrica ou de complementaridade, consoante se fundamentam na igualdade ou diferença de papéis.
Analisando, sucintamente, as duas Escolas, a de Chicago e a de Palo Alto, concluímos que, embora elas se distingam pelo empirismo de uma e a parte teórica de outra, é sabido que Bateson aproveitou alguns dos pressupostos do Interaccionismo simbólico para, também ele tentar compreender a comunicação.
“É impossível não comunicar”, principal premissa de Palo Alto, foi compartilhada por Bateson, com um cunho muito pessoal “nunca ocorre que não ocorra nada” e por Watzlawick “não se pode deixar de comunicar”.

Bibliografia:
COSTA, E.; MATOS, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta.

BATESON, Gregory. Comunicación. In WINKIN, Yves (org.). La nueva comunicación. Madrid: Kairós, 1996.

domingo, 15 de março de 2009

Webfólio

Este será o meu registo de vida, de crescimento pessoal e profissional. Espero a contribuição de
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